29 de out. de 2011

SAÚDE MENTAL INFANTIL




Segundo Isabel Fazenda (2007), o serviço social na área da saúde mental começou por utilizar como metodologia de intervenção o case-work, dando ênfase ao ajustamento psicológico do indivíduo, descurando os factores contextuais e sociais. À medida que a terapia familiar sistémica e a dinâmica de grupos ganha força a metodologia de intervenção também vai ganhando novos contornos alargando o horizonte de intervenção às famílias, redes sociais e contextos.
Em Portugal o exercício dos profissionais de Serviço Social, no âmbito da Psiquiatria, foi conduzido pela incerteza do seu «papel terapêutico e do seu papel social». Contudo, o assistente social não precisa de ficar dividido entre ambos, podendo explorar as diversas opções de acção na área social, desde a reabilitação psicossocial, a protecção social e o empowerment, podendo criar/reconstituir ou activar redes sociais (formais e informais) e formas de participação de utentes e famílias. A participação consonante da família e meio alargado do paciente, na compreensão do problema é fundamental, já que este é influenciado pela dinâmica dos sistemas e grupos onde se insere.
Logo é de compreender que a criança e o adolescente em crise possam ser considerados pacientes portadores de um problema psicopatológico individual ou considerados portadores de um sintoma, sendo este um comportamento ou conjunto de comportamentos não só relativo à pessoa que o manifesta mas também relativo ao conjunto da família e à sua rede de suporte (Alves, 2001: 182).
 A intervenção social, neste contexto, organiza-se particularmente na interacção dos sistemas terapêutico, familiar e escolar. Dá-lhe início um pedido/problema apresentado pela família, pelo doente, pela comunidade (por exemplo, a escola) ou por um elemento da equipa terapêutica, geralmente um pedopsiquiatra. O pedido pode ter como propósito a intervenção:
  • Na escola,
  • Na elaboração de estudos sócio-familiares,
  • Na necessidade de apoio terapêutico ou escolar, entre outros.
 O assistente social participa no processo de diagnóstico social/terapêutico, através do estudo da dimensão psicossocial do doente e família e das problemáticas sociais que influenciam os processos patológicos. As problemáticas sociais que mais influenciam os processos patológicos ocorrem no sistema familiar e no sistema escolar. As problemáticas inerentes ao sistema familiar prendem-se com:
  • um problema social/de saúde específico, em um ou ambos os progenitores, destacando-se o alcoolismo, as dependências químicas e a doença crónica grave;
  •  com a desestruturação das relações intra-familiares, sobressaindo, a parentificação de filhos, conflitos permanentes, indiferenciação de subsistemas;
  •  com práticas educativas parentais inapropriados como os castigos inadequados, a super-protecção ou o abandono;
  •  e frequentemente com a precariedade económica e social (adaptado de Alves, 2001: 184).
 A intervenção do assistente social neste tipo de problemáticas (do sistema familiar) assume contornos:
  • de natureza social, como o apoio aos pais na resolução dos problemas identificados, da mediação de recursos e da articulação inter-institucional para definição de estratégias conjuntas;
  •  e de natureza terapêutica, a quando do acompanhamento psicossocial à família ou a um dos seus membros, com o objectivo de apoiar na resolução de problemas relacionais ou nas terapias familiares e de casal, que exige formação específica.
As problemáticas inerentes ao sistema escolar prendem-se com:
  • dificuldades na relação pais-professores;
  • dificuldades na relação professores-alunos;
  • de relação entre pares (descriminação, Bullying, …);
  • e de dificuldades fruto do insucesso escolar.
 A intervenção faz-se particularmente:
  • pela mediação entre escola e família, por norma, sistemas em conflito, pretendendo-se a troca de informações/esclarecimentos; promover e compreender a criança ou adolescente em dificuldades;
  • discutir estratégias que promovam a superação de problemas afectivos, de aprendizagem,
  • promover a compreensão de que a escola tem responsabilidade na mudança.
Podemos desta forma concluir que a intervenção do assistente social na área da saúde mental infantil e juvenil é um processo relacional e dinâmico que se desenvolve ao longo do tempo, a partir de um conhecimento cada vez mais integrado das dificuldades (Alves, 2001: 187).

Manual de diagnósticos de doença mental rotula até birra infantil como distúrbio


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Espécie de bíblia global dos psiquiatras, o guia americano de saúde mental pode incluir na nova edição "distúrbios" como birra infantil e comilança compulsiva.

Em breve ninguém mais vai ser classificado como normal, disseram profissionais da área. Em um comunicado, eles criticaram a atualização do manual de diagnósticos e estatísticas da doença mental (DSM, na sigla em inglês), que valerá para 2013.

Para os especialistas, o guia pode descaracterizar a seriedade das doenças mentais, ao diagnosticar quase tudo como algum distúrbio.

Citando exemplos de novas doenças como "ansiedade depressiva leve", "síndrome de risco de psicose" e "distúrbio de desregulação de temperamento", os médicos disseram que pessoas vistas como saudáveis podem, no futuro, descobrir que estão "doentes".

Segundo Til Wykes, do Instituto de Psiquiatria da Kings College London, as novas diretrizes estreitam demais o conceito de normal.

O DSM é publicado pela American Psychiatric Association. Seus critérios de diagnósticos servem de definições claras a profissionais que tratam pacientes com doenças mentais e a pesquisadores e laboratórios que desenvolvem tratamentos.

Wykes e os colegas Felicity Callard, também do Instituto de Psiquiatria da Kings College, e Nick Craddock, da Universidade de Cardiff, disseram que muitos psiquiatras estão preocupados.

"Tecnicamente, com a inclusão de tantos novos distúrbios, todos vamos ter algum", disseram os médicos, em nota conjunta. "Isso pode levar à percepção de que todos precisamos de remédios para tratar nossas "doenças", e muitas dessas drogas têm efeitos colaterais desagradáveis ou perigosos."

Os cientistas disseram que o diagnóstico de "síndrome de risco de psicose" preocupa, porque pode rotular jovens que têm risco mínimo de desenvolver a doença.

Os cientistas deram exemplos de revisões anteriores do DSM, o chamado DSM 4, que incluiu diagnósticos mais amplos para transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, autismo e distúrbios bipolares em crianças.

Isso, segundo eles, contribuiu para três falsas epidemias dessas condições, especialmente nos EUA.

"Na última década, quantos médicos foram pressionados por pais preocupados a dar remédios como a Ritalina para crianças que nem precisavam?", questionaram os pesquisadores.

Milhões de pessoas no mundo, muitas crianças, tomam remédios contra deficit de atenção. Só nos EUA, as vendas somaram US$ 4,8 bilhões em 2008.

Os comentários de Wykes e Callard sobre os novos critérios para diagnóstico de doenças mentais saíram no "Journal of Mental Health".

A American Psychiatric Association não comentou. As novas diretrizes devem ser publicadas em maio de 2013. 
DADOS RETIRADOS http://www.wallstreetfitness.com.br/fique_por_dentro/artigo/2047/manual-de-diagnosticos-de-doenca-mental-rotula-ate-birra-infantil-como-disturbio/
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