19 de fev. de 2010

Cuidados no pós-operatório de cirurgia cardíaca


A cirurgia cardíaca não é mais um mito. Hoje é comum encontrarmos pessoas que foram operadas levando uma vida praticamente normal.

A cirurgia cardíaca é um procedimento de alta complexidade e que necessita de que o paciente esteja em condições clínicas aceitáveis, de uma equipe multidisciplinar treinada e com experiência e de um hospital com instalações e equipamentos adequados.

Uma vez indicada a cirurgia cardíaca (cardiopatias congênitas, doenças valvulares, as doenças da aorta, transplante cardíaco e doenças coronárias graves sem indicação de angioplastia)o paciente será encaminhado para uma avaliação minuciosa através de história clínica, exame físico e exames complementares de acordo com o quadro clínico e doenças associadas.

Algumas medidas serão recomendadas ou mesmo e exigidas dos pacientes antes do ato cirúrgico, como abandonar o etilismo e tabagismo dois meses antes, controle rigoroso do diabetes por pelo menos um mês, vacinação anti-tetânica, anti-gripal e anti-pneumocócica, emagrecimento e mudanças nos hábitos de higiene , tratamento dentário nos casos de trocas valvulares, fisioterapia respiratória , suspensão de alguns medicamentos que possam gerar problemas no pós operatório, como aspirina, anticoagulantes entre outros e encaminhar doadores de sangue para os hemocentros.

Sabidamente os fatores que aumentam a mortalidade e a taxa de complicações no pós operatório são: idade avançada, sexo feminino, infarto do miocárdio prévio, diabetes, tabagismo, cirurgia cardíaca prévia, obesidade, cirurgia de emergência ou de urgência, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crônica. Outros fatores como desnutrição e doenças que alteram a imunidade também contribuem para um resultado ruim.

O planejamento cirúrgico com todos os componentes da equipe multidisciplinar, que incluem cirurgiões cardíacos, cardiologistas, anestesistas, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos, é muito importante para o sucesso da cirurgia.

O paciente receberá o preparo pré-operatório já em ambiente hospitalar (enfermaria ou apartamento) onde será feita a tricotomia (depilação específica para cirurgia) e receberá a medicação pré anestésica, posteriormente será encaminhado ao centro cirúrgico onde será realizada a cirurgia cardíaca, com duração aproximada de 6 horas e ao término da mesma transferido para UTI acompanhado pelo anestesista.

Na UTI será recebido pelo médico plantonista, permanecendo em torno de 48 horas em cuidados intensivos, com monitorização de todos os parâmetros como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura, frequência e padrão respiratório, diurese e débito dos drenos; avaliação clínica contínua, fisioterapia respiratória e cuidados de enfermagem. Após estabilização do quadro, serão retirados drenos, cateteres e fio de marcapasso, o paciente receberá alta da UTI para o apartamento, permanecendo ao lado dos familiares e iniciando o período de reabilitação com caminhadas e exercícios respiratórios.

No apartamento ou na enfermaria, deve-se evitar muitas visitas pois o paciente encontra-se debilitado e necessitando de repouso entre os exercícios. A dor, inchaço, insônia, palidez, falta de apetite são comuns neste período e melhoram com o passar dos dias. Quando estiver em condições clínicas adequadas e com exames laboratoriais normais, receberá alta hospitalar e isto ocorre dentro de 72 horas após alta da UTI.

Em casa o paciente continuará o período de reabilitação, caminhando e fazendo exercícios respiratórios e principalmente mantendo os cuidados com a cicatriz cirúrgica (lavar apenas com água corrente e sabão; manter a cicatriz sempre limpa e seca; observar a presença de saída de secreção pela ferida e, nestes casos voltar a procurar imediatamente o cirurgião; evitar colocar pomadas, cremes ou qualquer outro produto na cicatriz a não ser quando recomendado pelo médico cirurgião) e tomando a medicação adequadamente. Não poderá deitar-se de lado, nem de bruços; realizar movimentos bruscos e grandes esforços por pelo menos 02 meses (60 dias).

A vida sexual pode voltar ao normal após o primeiro mês, respeitando obviamente os limites. Em alguns casos o paciente desenvolve um quadro depressivo, o que é comum e deve ser tratado através de terapia ou medicamentos. No segundo mês poderá voltar a dirigir e após três meses o paciente praticamente retorna as suas atividades normais seguindo as orientações médicas específicas para cada patologia.

Cabe ao médico explicar para o paciente qual a sua patologia, o tipo de cirurgia, os riscos, complicações e o resultado esperado para o tratamento da sua doença, favorecendo assim uma relação de confiança e segurança entre o médico e paciente.

dados retirados :http://www.ameseucoracao.com.br/doencas/cuidados_no_posoperatorio_de_cirurgia_cardiaca/24/

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