20 de ago. de 2010

Medicina hiperbárica


Terapia hiperbárica é o uso terapêutico de oxigênio em uma pressão maior que a pressão atmosférica.





]Tipos de tratamentos

Oxigenoterapia: A oxigenoterapia hiperbárica consiste, resumidamente, em submeter um paciente a uma pressão ambiental superior à atmosférica, dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio puro. Estas câmaras são, em essência, cilindros metálicos resistentes à pressão, dotados de vigias ou janelas. Algumas câmaras projetadas para tratamento individual são construídas com acrílico transparente resistente à pressão, o que permite o contato visual com o paciente, e minimiza a incidência de sintomas de claustrofobia, bastante elevada neste tipo de equipamento (10% dos pacientes tratados). É um procedimento terapêutico (apenas fisioterapeutas utilizam tal procedimento, já que só estes utilizam de recursos físicos e naturais na cura de seus pacientes).
Basicamente, existem 2 tipos de câmaras: as multiplace ou multipacientes, que permitem o tratamento simultâneo de 2 a 20 pacientes e as monoplace ou monopacientes, que comportam somente um paciente.As câmaras multiplace são pressurizadas com ar comprimido, enquanto que o oxigênio é fornecido aos pacientes através de máscaras ou capuzes desenhados especificamente para este fim, enquanto as câmaras monoplace são comprimidas com oxigênio puro, o que permite a administração deste gás ao paciente através da inalação da atmosfera que o circunda, sem necessidade do emprego de máscaras e capuzes.
Durante a realização do tratamento hiperbárico conduzido em câmaras multiplace, um técnico de enfermagem especialmente treinado ou mesmo o médico hiperbárico acompanha, no interior do equipamento, os pacientes durante toda a sessão, assistindo-os durante os procedimentos de rotina ou de emergência, o que é uma grande vantagem operacional deste tipo de câmara, quando se compara com o atendimento prestado ao paciente tratado em câmaras monoplace, que é obrigado, em algumas situações de emergência não observadas em tratamentos efetuados em câmaras multiplace, a ter seu tratamento interrompido para ser socorrido.
Para segurança e conforto do paciente, as câmaras hiperbáricas são dotadas de um sistema de rádio que mantém constante a comunicação entre o doente e o "staff" do serviço de oxigenoterapia. Dentro da câmara, o mesmo pode ouvir música, através de autofalantes especialmente construídos para funcionarem sob pressão.
Durante todo o tratamento o paciente é, se necessário, monitorado através de medições de PA, FC, FR, ECG, EEG, temperatura corporal e oximetria cutânea, podendo ainda ser assistido por meio de respiradores, submeter-se a infusões venosas, transfusões, drenagens de feridas ou cavidades.

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Lepra




Classificação e recursos externos
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Um indivíduo do sexo masculino com 24 anos de idade que padecia de lepra.



Missionário leproso belga Padre Damien
lepra (hanseníasemorfeiamal de Hansenmal de Lázaro), é uma doença infecciosa[1]causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é devido ao descobridor do microrganismo causador da doençaGerhard Hansen. É chamada de "a doença mais antiga do mundo", afetando a humanidade há pelo menos 4000 anos[2] e sendo os primeiros registros escritos conhecidos encontrados no Egito, datando de 1350 a.C..[3]
Ela é endêmica(específica de uma região) em certos países tropicais, em particular na Ásia. O Brasil inclui-se entre os países de alta endemicidade de lepra no mundo. Isto significa que apresenta um coeficiente de prevalência médio superior a um caso por mil habitantes (MS, 1989).[4] Os doentes são chamados leprosos, apesar de que este termo tenda a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele associada.[carece de fontes]

Índice

 

]História

O uso de sino era obrigatório para os leprosos na Idade Média.
Desde que a escrita existe, tem-se registro de como a lepra representou uma ameaça e os leprosos foram isolados da sociedade. No Egitoantigo, há referências à lepra com mais de 3000 anos em hieróglifos (de 1350 a.C.). A Bíblia contém passagens fazendo referência à lepra, sem que se possa saber se se trata da doença: este termo foi utilizado para designar diversas doenças dermatológicas de origem e gravidade variáveis. A antiga lei israelita obrigava os religiosos a saberem reconhecer a doença.
A lepra foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento dos pacientes emgafariasleprosários em português do Brasil, principalmente na Europa na Idade Média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua presença. A lepra deu, nessa altura, origem a medidas de segregação, algumas vezes hereditárias, como no caso dos Cagots no sudoeste daFrança.
No Brasil existiram leis para que os portadores de lepra fossem "capturados" e obrigados a viver em leprosários a exemplo do Sanatório Aimores em Bauru, SP, que após a revogação de lei "compulsória" tornou-se Instituto de dermatologia Lauro de Souza Lima, sendo hoje centro de pesquisa referência nacional em dermatologia e referência mundial em hanseníase. Há também o Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes) e do Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A lei "compulsória" foi revogada em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos.


Além do Homem, outros animais de que se tem notícia de serem suscetíveis à lepra são algumas espécies de macacoscoelhosratos e otatu. Este último pode servir de reservatório e há casos comprovados no sul dos EUA de transmissão por ele. Contudo a maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos.
A lepra ataca hoje em dia ainda mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo. Há 700.000 casos novos por ano no mundo. No entanto em países desenvolvidos é quase inexistente, por exemplo a França conta com apenas 250 casos declarados. Em 2000, 738.284 novos casos foram identificados (contra 640.000 em 1999). A OMS(Organizaçao Mundial de Saude) referencia 91 países afetados: a Índia, aBirmânia, o Nepal totalizam 70% dos casos em 2000. Em 2002, 763.917 novos casos foram detectados: o BrasilMadagáscar,Moçambique, a Tanzânia e o Nepal representam então 90% dos casos de lepra. Estima-se a 2 milhões o número de pessoas severamente mutiladas pela lepra em todo o mundo.


Transmissão

Incidência mundial de lepra (em 2003).
A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar ou tossir. Quase sempre ocorre entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto.
A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).
Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da lepra, e conseguem controlar a infecção. As formas contagiantes são a virchowiana e a dimorfa.
Nem toda pessoa exposta ao bacilo desenvolve a doença, apenas 5%. Acredita-se que isto se deva a múltiplos fatores, incluindo a genética individual.
Indivíduos após 15 dias de tratamento ou já curados não transmitem mais a lepra.

]Progressão e sintomas

Mão de indivíduo infectado com a doença
O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.
Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.
Perna com lesões de lepra
A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose). A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então denominada lepra dimorfa.

]Lepra tuberculóide

Esta forma de lepra ocorre em pacientes que têm boa resposta imunitária ao bacilo de Hansen.
O sistema imune consegue conter a disseminação do bacilo através da formação de agrupamentos de macrófagos, agrupamentos estes denominados "granulomas".
Neste tipo de lepra, as manchas são bem delimitadas e assimétricas, e geralmente são encontradas apenas poucas lesões no corpo.
É a segunda fase da doença e afeta a quem tem mais resistência ao bacilo.

]Lepra lepromatosa (ou lepra virchowiana)

É a forma mais insidiosa e lenta da doença, e ocorre nos casos em que os pacientes têm pouca defesa imunitária contra o bacilo.
  • As lesões cutâneas são lepromas ou hansenomas (nódulos infiltrados), numerosas, afetando todo o corpo, particularmente o rosto, com o nariz apresentando coriza e congestão nasal.


O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial.
Em uma região do país em que a lepra é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais, o diagnóstico é clínico (pelos sintomas).
Com o auxílio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos (baciloscopia).
Procura-se o BAAR (Bacilo Álcool Ácido Resistente), a micobactéria. Apesar de os resultados da baciloscopia técnica de Ziehl-Neelsen e da biopsia técnica de Fite-Faraco darem negativos para a presença do M. leprae (nos casos do polo tuberculóide quase não há bacilos - eles foram destruídos pelo sistema imune), na prática médica, estes exames continuam sendo realizados pelo direcionamento que podem dar ao tratamento da doença: multibacilar ou paucibacilar. Apesar da OMS já ter modificado a classificação operacional internacional para a simples contagem de número de lesões cutâneas (até 5 lesões = paucibacilar e 6 ou mais lesões = multibacilar).

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Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, além de próteses de pacientes curados e que tiveram deformações e para a prevenção voltada principalmente para evitar a disseminação. Contudo, o tratamento é longo e controle governamental (no Brasil) tão intenso que é vetado ao médico tratar a doença: apenas profissionais especialmente treinados especificamente para tal podem prescrever e acompanhar o tratamento.
Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses, em intervenções ortopédicas, em calçados especiais, etc. Além disso, uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das incapacidades causadas pela lepra é a fisioterapia. No Brasil o termo lepra foi substituído por Hanseníase, devido à discriminação sofrida pelos pacientes.
Ainda no Brasil, há a ONG MORHAN [5] que faz um trabalho contra o preconceito e ajuda aos portadores da doença.

[]Indenização às vítimas no Brasil

De acordo com o decreto federal 6.168, de 24 de julho de 2007,[6] os pacientes internados compulsoriamente e isolados em hospitais colônias de todo o país, até o ano de 1986, terão direito à pensão vitalícia mensal no valor de 750 reais. Para receber o benefício, os pacientes precisam apresentar documentos que comprovem a internação compulsória e preencher um requerimento de pensão especial.

Talidomida

Malformações congênitas devido ao uso de Talidomida pelas mães no período gestacional resultavam em crianças nascidas com membros atrofiados - focomelia, especialmente os membros superiores. Muitas dessas malformações foram correlacionadas ao uso do medicamento Talidomida durante a gravidez. Ocorreu devido ao uso da talidomida para controle de enjoos na gravidez. Atualmente é usada na hanseníase, lupus sistêmico e aids. Para conseguir é necessário de documentação comprovando e com controle rigoroso do receituário, sendo proibido a venda em farmácias, só encontrando em farmácias regionais das secretárias estaduais de saúde, com liberação para casos muito restritos.

Referências

  1.  Lepra. Lepra: Guia 2008
  2.  Robbins G, Tripathy VM, Misra VN, Mohanty RK, Shinde VS, et al. (2009). Esqueleto do ano 2000 a.C com lepra encontrado na Índia PLoS ONE 4(5): e5669. doi:10.1371/journal.pone.0005669
  3.  A Doença mais Antiga do Mundo. Brasil Escola. Página visitada em 7 de agosto de 2009.
  4.  Haroldo José de Matos, Nádia Duppre, Maria Fernanda Sardella Alvim, Leila Maria Machado Vieira, Euzenir Nunes Sarno, Cláudio José Struchiner (1999). "Epidemiologia da lepra em coorte de contatos intradomiciliares no Rio de Janeiro (1987-1991)". Cadernos de Saúde Pública 15 (3).
  5.  [http://www.morhan.org.br/hans_informacoes_gerais.htm Movimento de Reintegração das pessoas atingidas pela lepra
  6.  "DECRETO Nº 6.168, DE 24 DE JULHO DE 2007.", 24 de Julho de 2007. Página visitada em 2007-10-05.
  7.  "Mutirão ajuda doentes de lepra a receber benefício", 5 de outubro de 2007. Página visitada em 2007-10-05.
  8.  Gerson Oliveira Penna, Celina M. T. Martelli, Mariane M. A. Stefani, Vanize O. Macedo, (2005). "Talidomida no tratamento do eritema nodoso hansênico: revisão sistemática dos ensaios clínicos e perspectivas de novas investigações". Anais Brasileiros da Dermatologia 80 (5).
  9.  "Defeitos em bebês elevam temor por uso de talidomida no Brasil, diz 'FT'", 2007-10-02. Página visitada em 2007-10-02.